sábado, 2 de outubro de 2010

Enquanto não chegar...

Certa noite, depois de uma daquelas aulas gostosas, três jovens garotos, cheios de sonhos e com sorriso nos olhos passavam pela Av. Paulista em direção ao metrô. Paramos em frente a igreja onde acontecia um casamento e a noiva estava dentro de um daqueles carros antigos esperando para entrar...

"Vamos esperar pra ver a noiva?" - e esperamos... conversando... Foi quando fui tomada por uma boa sensação que misturava nostalgia, medo e esperança. Enquanto esperávamos, meus pensamentos se misturavam a sensação, as luzes da Paulista as pessoas que passavam e a felicidade de estar alí, naquele momento, naquele lugar...

Estamos todos tão preocupados com nossas metas que passamos por certos momentos e nem prestamos atenção neles. Nós três, ali, parados... falando sobre qualquer coisa, fazendo alguma coisa. Quero, daqui a algum bom tempo, quando limpar alguma gaveta ou abrir caixas de coisas antigas no porão, encontrar fotos que me façam voltar no momento exato em que foi tirada e lembrar dos pequenos detalhes que antecederam e que percorreram aquela imagem congelada, quero lembrar de sorrisos, gestos, palavras e caretas, marcas de cada pessoa importante que passou em minha vida, não vamos só ficar parados em algum pedaço de papel esquecido em alguma gaveta ou dentro de algum livro na estante.

Para quando olharmos pra trás, sentirmos que fizemos parte de algo importante para alguém. Poder pensar no caminho realizado até a linha de chegada e sentir saudade por lembrar, fazer da nostalgia uma sensação ótima, sentir orgulho em te-la e não olhar pra trás e constatar que você não aproveitou seu caminho e nem lembra dele, pois o que passa pelo caminho até a chegada é justamente a vida. Sentir que passamos e fizemos parte de algum sonho... que simplismente vivemos... não só chegamos, como vivemos, realmente e plenamente vivemos!

Quanto estiver dentro de um carro, numa noite onde as luzes dos postes são refletidas na chuva que acabou de cair, cantando alto e marcando a música com batidas de dedos no volante, enquanto volto pra casa sozinha ou em qualquer outro momento vou lembrar de tudo, exatamente como foi.



Texto de dedicado as pessoas que estão fazendo parte do meu caminho.

Gabi Giese, Guilherme Tio Mickey, Cris França, Alexandre, Bruno Laforgia, José Antônio, ao mestre, dono de palavras lindas e frases sarcásticas Marcelo Bastazini e pra todo mundo que está nos meus sábados, participando do meu caminho naquela sala de tacos no chão e pastilhas azuis na parede e na calçada em frente a padaria nas mesas e cadeiras brancas de plástico. Obrigada, amo tanto vocês!

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